por Cristina Assis, Elô Lebourg, Laura Rocha e Valdete Fernandes
No dia 25 de outubro de 2017, nossa rede participou do XI SIMPOED – Simpósio de Formação e Profissão Docente, promovido pelo Departamento de Educação da Universidade Federal de Ouro Preto. Fizemos uma roda de conversa sobre formação e prática docente a partir da trajetória de três professoras transformadoras: Cristina Assis, Laura Rocha e Valdete Fernandes.
Confiram seus relatos!
Cristina Assis, professora de História e mestra em Educação:
“Ser professor é uma ‘missão’!
Nesta última edição do XI SIMPOED, tive a honra de participar, ao lado de outras professoras, de uma roda de conversa sobre a profissão docente. A ideia, oriunda da rede Professores transformadores, visava demonstrar diferentes perspectivas a partir de diversos olhares sobre a condição docente, indo além das utopias e idealizações atribuídas ao professor na contemporaneidade. Assim, a conversa girou em torno dos desafios em se manter na profissão, em buscar novos espaços e novas oportunidades e em ser reconhecido em tempos cada vez mais mercadológicos.
Nesse sentido, particularmente ao longo do meu relato, busquei evidenciar parte da difícil trajetória entre graduação e mestrado, em que notava as lacunas entre academia e educação básica, duas áreas muito distintas. Contudo, a sensação de realização ao enfrentar esse desafio tem sido parte de cada amanhecer em uma busca incessante por ensinar/educar cidadãos carentes de uma educação que ultrapasse a sala de aula.
Mas não para por aí. Me vi no máximo esgotamento ao lecionar em cinco instituições ao mesmo tempo e não pude deixar de dissertar sobre o fato já que nos atribuem a ‘missão’ ou o ‘dom’ de educar. Nossas realidades financeiras não nos diferem dos demais profissionais e nossas demandas socioeconômicas muito menos. Por isso, fala-se tanto em ‘desvalorização’ do professor.
Não fossem as redes de apoio, como os Professores transformadores, seríamos mais um dentre tantos outros a serem acometidos pelas mazelas da profissão e a se culpar por escolher a profissão que tanto nos alertaram contra. Mas seguimos na luta e encaramos os desafios ao lado uns dos outros. Acreditamos que assumimos uma responsabilidade além do comum quando compreendemos o que é, de fato, educação.”
Laura Rocha, professora de Educação Física e mestra em Educação:
“No dia 25 de outubro de 2017, tive a grata satisfação de participar de um relato de experiências organizado pela rede Professores transformadores durante o XI SIMPOED. Éramos três professoras disponíveis para compartilhar nossas experiências com outros(as) professores(as) atuantes ou em formação. Para a minha fala, pensei em dois momentos: explicitar os motivos da minha escolha pela docência (passando pela escolha do curso e as transformações de visão de mundo ao longo da graduação) e dizer das minhas condições de trabalho hoje, que favorecem uma boa docência. Ao longo da fala, percebi que faltava um elo entre a saída da universidade e a consolidação no exercício da profissão e a rede Professores transformadores ‘caiu como uma luva’ para dizer desse elo. Dessa forma, percebi que nossa presença no evento, dialogando com um público majoritariamente de professoras em formação, pode ter sido bastante significativa para as participantes, tanto quanto foi para mim. Infelizmente, não consegui estar presente até o final da fala das colegas e no momento dos questionamentos e comentários do público, mas devo dizer que foi revigorante revisitar minha história e trocar com outras professoras transformadoras.”
Valdete Fernandes, professora da Educação Infantil e mestranda em Educação:
“Entre as programações do XI SIMPOED, realizamos uma roda de conversa a partir do tema trajetórias de professoras desenvolvida pela rede Professores transformadores em parceria com a organização do evento. Destacamos os motivos da escolha da docência e, ao mesmo tempo, as alegrias e os desafios da profissão. Com a participação de estudantes de graduação e de professores da Educação Básica, refletimos sobre as representações sociais em torno da profissão docente. Enfatizamos a necessidade de buscarmos novas estratégias de formação continuada que nos auxiliem a enfrentar as dificuldades sociais que perpassam a sala de aula, especialmente em tempos tão temerosos. Uma dessas possibilidades é o trabalho em rede que, a partir da valorização do coletivo, destaca a importância da troca de experiências e saberes para o fortalecimento profissional docente. O debate sobre as trajetórias de professoras foi muito rico por promover uma reflexão coletiva entre profissionais que atuam em segmentos distintos. Mesmo atuantes em realidades tão diversas (e, talvez, exatamente por isso), podem contribuir mutuamente com a formação uns dos outros. Aprender com o outro, aprender juntos. Esse é um dos aspectos que mais me encanta na profissão. Por fim, deixo o meu agradecimento à rede Professores transformadores e à organização do XI Simpoed pela oportunidade, assim como às colegas Cristina Assis, Laura Rocha e Elô Lebourg pelas trocas compartilhadas.”